Nem tudo o que borbulha é Champagne

Seja um simples Prosecco ou o mais elegante Champagne. Uma característica em comum eles compartilham: o simbolismo ligado às celebrações e a sofisticação.

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Em geral as pessoas celebram passagens de ano novo, comemoram datas, ocasiões especiais e brindam com taças de vinhos espumantes, que por vezes popularmente chamamos de “champagne”. Mas você sabia que champagne é um vinho espumante, mas nem todo vinho espumante é um champagne?

Tento explicar: Champagne tem sua origem na homônima região na França e trata-se de uma apelação de origem controlada reconhecida internacionalmente que permite que apenas os vinhos espumantes produzidos naquela determinada região possam ser comercializados com esse nome. Por exemplo, os demais vinhos espumantes franceses produzidos fora daquela área não podem, em hipótese alguma, ser comercializados como champagne. Eles se chamam Cremant. Talvez você já tenha visto, e mesmo experimentado um “Cremant de Borgogne” ou um “Cremant d’Alsace”. E essa regra vale para o mundo todo. A Franciacorta, é o nome de um dos vinhos espumantes método clássico italiano da Lombardia, assim como o espumante espanhol que se chama Cava.

Mas porque o vinho de Champagne exerce tanto fascínio sobre as pessoas?

Até o século XVII as bolhas no vinho eram vistas por muitos como um defeito. Além disso, o aspecto visual também não colaborava, por vezes era uma bebida turva e doce. Com o aprimoramento das técnicas de vinificação o vinho ficou mais límpido e seco - com menos açúcar - e passou a chamar a atenção dos consumidores. Mas é no século XIX que o champagne ganha o status e simbolismo que conhecemos hoje. Napoleão Bonaparte foi um dos grandes responsáveis por tornar o champagne sinônimo de glamour e celebração. Apaixonado pelo vinho, suas conquistas eram sempre festejadas com muito champagne. Ele também tinha um barril de champagne exclusivo na Cantina Moet & Chandon em Epernay.

Barril de champagne presenteado a Napoleão por Jean Remy Moet em sua passagem por Epernay em 1810. Foto de acervo pessoal.

Hoje no mercado existe uma imensidão de tipos de vinhos espumantes, de diversas origens e faixas de preço. Sem dúvida o champagne está entre os melhores vinhos do mundo e não é por acaso. Em Champagne conseguiu-se aliar os elementos perfeitos para uma produção de excelência – clima, solo, técnicas de viticultura e vinificação – onde as mulheres exerceram um papel fundamental nessa história.

Dica de leitura: A viúva Clicquot: A história de um império do champanhe e da mulher que o construiu.

Portanto, quando você abrir uma garrafa de champagne lembre-se que estará degustando um vinho que reúne elementos que realmente fazem deste um vinho único. Um espumante capaz de transmitir em uma taça: história, tradição, elegância e qualidade.

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