Um Brinde aos Dias Ensolarados: 5 vinhos para a meia estação
Escolher o vinho certo para o momento certo faz diferença na experiência à mesa. Em dias quentes o corpo do vinho e a temperatura de serviço impactam diretamente a percepção da qualidade do mesmo.
Escolher o vinho adequado ao momento pode fazer toda a diferença na experiência à mesa. Assim como não combinamos uma feijoada pesada com uma tarde de verão, com os vinhos também aconselha-se que acompanhem o clima.
Em dias quentes e ensolarados, optar por rótulos muito alcoólicos, encorpados ou de taninos intensos pode tornar a degustação pesada, cansativa e até desconfortável. Da mesma forma, servir um branco fresco, como um Riesling alemão, em temperatura acima do ideal, compromete toda sua vivacidade, realçando o álcool e apagando seus aromas.
Seja na primavera europeia ou no outono brasileiro, o fato é que este período do ano “pede” vinhos que tragam frescor e vivacidade — sejam eles para acompanhar um cardápios mais leves, um aperitivo ao ar livre ou, melhor ainda, uma tarde à beira-mar. É claro que variações de temperatura existem de acordo com as regiões, por isso, mais do que seguir o calendário, é preciso “ouvir o clima real” ao escolher o que colocar na taça.
Desta maneira, como adaptamos o cardápio às estações do ano, nossas harmonizações e escolhas de vinhos também devem mudar. E pensando nisso, selecionei cinco estilos de vinho que combinam perfeitamente com os dias ensolarados da meia estação.
1. Albariño da Galícia (Espanha)
Já citei algumas vezes este vinho aqui no blog, e não é por acaso, pois é um vinho realmente muito bom e com ótima relação qualidade/preço. Originário da costa atlântica da Galícia (nordeste da Espanha), o Albariño é um dos brancos mais vibrantes do mundo, onde os vinhedos cultivados sob a brisa salgada do oceano atlântico conferem uma tipicidade muito interessante ao vinho.
Com notas de frutas brancas, pêssego e limão, é a harmonização perfeita com frutos do mar, ou um ceviche.
Sugestão: Mar de Frades Albariño, um cantina familiar jovem, localizada no Valle del Salnés em terreno de solo de granito. Dentro da D.O. Rías Baixas produz vinhos 100% Albariño desde vinhos frescos de entrada, passado por vinhos mais estruturados que passam por processo de maceração carbônica e também repouso em contato com as leveduras.
2. Encruzado do Dão (Portugal)
O Encruzado é um ótimo vinho branco de Portugal, mas ainda pouco conhecido fora do país. Recentemente tive a oportunidade de degustar alguns rótulos que me surpreenderam e por este motivo o menciono aqui.
Com aromas de frutas de caroço e nuances de flores brancas é branco com bom potencial de evolução em garrafa. Ou seja, daqueles vinhos que podemos manter por mais tempo na adega.
Sugestão: Quinta dos Carvalhais. Pequeno produtor do Dão que vinifica o Encruzado de forma artesanal, o que dá ainda mais tipicidade ao vinho.
3. Espumante Brut Vale dos Vinhedos (Brasil)
A produção de espumantes no Brasil, especialmente na Serra Gaúcha, tem já uma relativa história. Os espumantes método tradicional trazem aromas de frutas maduras que se somam aos aromas de panificação. Sem dúvida são uma ótima opção especialmente para o mercado interno Brasileiro.
Sugestão: Casa Valduga 130 Brut Blanc de Noir. Para mim, o melhor espumante brasileiro, pelo menos entre os que já tive a oportunidade de degustar.
Curiosidade: Vinícola está localizada no Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul. Foi fundada em 1875 pela familia de imigrantes italianos Valduga do Trentino Alto-Adige. Atualmente a vinícola é uma das mais renomadas do Brasil não apenas pela produção de vinhos, mas também por oferecer aos clientes e visitantes uma experiência completa de enoturismo que vale a pena programar uma visita.
4. Rosé de Provence (França)
Nenhuma região do mundo é tão sinônimo de rosé quanto Provence.
Seus vinhos, de cor pálida e aromas de frutas vermelhas e flores, são leves, secos e refrescantes. Mais do que um estilo de vinho, o rosé de Provence é um patrimônio daquela região.
Sugestão: Domaines Ott - Clos Mireille. Vinícola histórica da Provence, fundada em 1896 por Marcel Ott, hoje tem nos seus vinhos tudo o que se espera de um sofisticado vinho da provence. O Clos Mireille é um AOC Côtes de Provence blend das uvas grenache, cinsault, syrah e rolle.
Curiosidade: A produção de rosé em Provence é tão tradicional que representa mais quase 90% dos vinhos produzidos na região, e mesmo com a crescente fama internacional, segundo a revista Provence Winezine, estima-se que mais de 30% de toda a produção seja consumida na própria região de produção.
5. Gamay da região de Beaujolais (França)
O Gamay, especialmente nas chamadas crus do Beaujolais, produz tintos leves, frutados e vibrantes, perfeitos para dias de temperaturas moderadas com aromas predominantes de frutas vermelhas silvestres.
Sugestão: Trénel Morgon - Cru du Beaujolais. Os vinhos de Morgon são conhecidos por seus vinhos que adquirem complexidade aromática com o envelhecimento na garrafa que lembram vinhos da Borgonha, ficando mais complexos sem perder o frescor original.
Dica final: a temperatura de serviço também faz toda a diferença.
Para realçar a refrescância dos vinhos e ter uma excelente degustação, é importante prestar atenção às temperaturas de serviço que comento em detalhes no artigo abaixo:
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